Programa expositivo

Sobre

Contra-Flecha é um programa expositivo que funciona como espaço de experimentação crítica e curatorial, interessado em novas perspectivas da história e produção da arte brasileira. Realizado pela Almeida & Dale, o programa cria diálogos entre obras de seu acervo e rede — majoritariamente compostos por peças modernas do século XX — e artistas com pouca circulação no sistema comercial ou em início de suas trajetórias artísticas. Contra-Flecha inaugura o calendário de exposições e projetos anuais da galeria, abrindo caminhos para debates essenciais e novas conexões entre agentes do meio da arte.

O termo contraflecha, na engenharia civil, refere-se a diferentes procedimentos construtivos que envolvem vigas, escoras e lajotas como modo de evitar deformações e garantir a sustentação estrutural da laje após a construção. Como título, indica as bases que energizam o programa: "flecha", instrumento que aponta para frente, que atravessa, rasga e incita a ideia de corte no tempo, é balanceada pela palavra "contra", num movimento de quebra de linearidade e de convite à revisitação de cânones e de vozes historicamente silenciadas.

Contra-Flecha é o desejo de expandir visões e apontar horizontes possíveis a partir do confronto entre o que já foi consolidado e processos correntes. O programa tem como premissa propor interlocuções insólitas e pensar criticamente a inserção comercial de diferentes práticas artísticas. Como experiência, deseja perfurar instâncias para favorecer fluxos incomuns, trabalhando em dinâmicas pendulares e espiralares para descentralizar discursos, costumes e funcionamentos da história e do atual circuito da arte brasileira.

Como funciona

Contra-Flecha foi concebido e desenvolvido pelo curador Germano Dushá e o artista Rafael RG, com métodos e gestão da pesquisadora Fabricia Ramos. A cada edição, outros agentes são convidados para compor a curadoria, participando na seleção de artistas por chamada aberta, na definição de artistas convidades e na concepção final da exposição.

Anualmente, a comissão curatorial define a proposição geral para a edição, seleciona um recorte de obras do acervo e rede da Almeida & Dale à luz do conceito curatorial, e define a lista de artistas nas modalidades convite e seleção por chamada pública, focadas em artistas que estejam no início de suas trajetórias e/ou que não possuam circulação comercial significativa na região Sudeste.

Na modalidade de convite, a comissão curatorial mantém um processo aberto e contínuo de pesquisa com o objetivo de fortalecer o programa de modo geral e de embasar a formulação e o número de convites a cada edição. Por sua vez, a modalidade de chamada aberta segue um conjunto de critérios expressos no Edital e resulta na seleção de até 10 artistas a cada edição. Podem participar do processo seletivo artistas brasileiros de todos os marcadores sociais, que produzem em diferentes linguagens e mídias, incluindo as artes visuais, mas também práticas audiovisuais, instalativas, performáticas, sonoras, textuais, entre outras. 

Por fim, apesar de sua natureza expositiva, o programa é estruturado para comissionar e apoiar a produção ou finalização de obras relacionadas à proposta curatorial de cada edição. Além da exposição o programa também produz um folheto e um catálogo — ambos para distribuição gratuita impressa e online —, um programa de conversas e uma documentação audiovisual com apresentação dos curadores.

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